Sentada, olhou pela janela e viu a paisagem. Pensou em tudo o que aconteceu: no primeiro momento e no segundo.
O primeiro era a parte boa; o segundo, o motivo do fim. Era tão bom lembrar da parte boa... mas as lembranças vinham em ordem cronológica e ela não podia evitar que chegasse àquela...
Lágrimas escorreram por sua face. Em cada uma, as imagens daquele amor.
Mais de 1.000km e alguns meses a separavam de 'tudo', ou do começo.
É verdade que tudo aquilo fazia falta: as brincadeiras, a cumplicidade... E o fim, ah, o fim foi por causa da grande vilã dos relacionamentos: a imaturidade.
Já havia chorado umas duas ou três vezes desde que tudo acontecera, mas dessa vez, pensou algo diferente: ele, provavelmente - quase com certeza, não pensava mais nela.
Quantas vezes, de fato - e não as que ela imaginara - ele havia pensado, depois do fim? Alguma? Ela não queria saber essa resposta (Bem, se fosse positiva, talvez...)
Mas percebeu que, pelo tempo, provavelmente ele nem se lembrava mais... A importância devia ter ido embora...
Talvez não se lembrasse mais de seu toque, das coincidências, de tudo...
E ela ali, olhando a cidade lá fora e ainda com o rosto molhado, se libertou mais um pouco.
Agora ele iria ficar como uma lembrança nula. Sem sobressaltos pelos momentos bons e muito menos sem choro pela burrice alheia.
E, quem sabe, daqui a pouco ela nem se lembra mais dele...