sábado, 28 de fevereiro de 2009

Liberdade.

Sun Tzu disse, em A Arte da Guerra, no capítulo Manobras, pág. 57:

"31 - Deixar a um inimigo cercado, uma saída por onde fugir.

Tu Mu: Mostre-lhes haver um caminho para a segurança, criando-lhe a idéia de existirem possibilidades de escapar à morte. Somente depois se ataca.

Ho yen-hsi: "Quando uma cidade está cercada, é essencial demonstrar aos sitiados haver uma possibilidade de sobrevivência. Senão, para salvar a pele, lutarão até a morte, e atacar rebeldes decididos a combater até a morte não é um bom plano.""

Quantas vezes simplesmente não nos empenhamos tanto em algo apenas por sabermos ter outras opções?
É a acomodação, o resultado da falta de foco.

A liberdade, quando usada sem disciplina, se torna perniciosa.
Nos arruina pouco a pouco.
Sentimos medo de não conseguirmos o que realmente queremos, então, displicentemente, escolhemos algo que gostamos um pouco menos do que aquilo que nos faz realmente felizes. Assim, sempre temos a desculpa: "eu não queria, de verdade, isso" para o caso de fracassarmos.
Será que não é mais vergonhoso não nos respeitarmos tanto a ponto de nos boicotarmos do que um possível fracasso na busca pelo que realmente se quer?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mediocridade

Por um tempo da minha vida, convivi com a chamada "nata da sociedade".
Um tempo depois, tive que conviver com a classe mais baixa.
Em ambos os casos, eu odiava profundamente cada uma das pessoas com as quais convivia.
No primeiro caso era porque eles eram fúteis, só falavam em balada de segunda a segunda, não estavam nem aí para a vida, para nada...
No segundo, porque não valorizavam a vida, só falavam de baladas, futilidades...
Constatei, espantada, que o motivo era o mesmo.
Vê-se que tanto a abundância quanto a escassez de oportunidades ou de acesso à elas, gera o mesmo: acomodação.
Eles acreditam num determinismo absurdo de que devem viver espécies de personagens. Seguem apenas o fluxo da, assim chamada por eles, vida.
"Eu nasci assim, não vou mudar."
Os primeiros se formam por imposição dos pais, "na média" e herdam suas empresas; os segundos encontram um emprego fácil e mediano que dê para pagar o aluguel e algumas pequenas coisas a mais.
Eles seguem os padrões pré-determinados pela sociedade, onde as pessoas do grupo 1 serão, indefinidamente, patrões do grupo 2.
Ou seja, quantidade de dinheiro só difere o estilo de vida que terão, pois a mediocridade será a mesma.
Se dependesse dessas pessoas, desses dois grupos citados, ainda estaríamos morando em cavernas!
Não teria havido evolução alguma na espécie humana!
É revoltante ver que essas pessoas simplesmente não se importam com nada, vivem num mundo de ilusões, fazendo a mesma coisa todos os dias, não querendo aprender absolutamente nada, pois acreditam, piamente, estarem certos.
Frases como:
"Não preciso estudar, meu pai vai pagar minha faculdade"
"Faculdade? Não, eu não gosto de estudar."
"Ai, me ajuda, eu sou burra."
Demonstram o conformismo e desinteresse desmedido que têm.
A mediocridade paira sobre essas pessoas.

Como em ambas as classes há pessoas que não compartilham dessa mentalidade, pessoas que se interessam pela vida, pelo mundo, por si mesmas de um modo mais profundo, e até em uma mesma família há os dois tipos de mentalidade, indicando que educação e cultura não afetam o modo de pensar, a seguinte questão é levantada:
As pessoas, realmente, nascem assim? Fúteis, medíocres?
Para mim, eterna defensora da teoria "todos somos capazes", é uma questão que pesa no estômago.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Começo

Vou começar respondendo.
Eu e um amigo trocamos cartas e na sua última, ele me disse uma coisa que ainda não consegui responder. Por carta ficaria longo demais, por telefone e msn, inviável.
Será por aqui, então.
Eu mudei de cidade a um ano e muitos dos meus amigos continuam onde nasci.
Sempre falo para o T. que ele deve se mudar também, ao que ele me disse na carta: "Tenho medo de encontrar o verdadeiro T."
A minha resposta é que vale a pena.
Quando você sai do seu ninho, da sua zona de conforto, você realmente encontra coisas em você das quais não gosta, enfrenta coisas que esconde até de si mesmo, mas também se depara com uma força incrível.
É uma força que sai de você e também que vem de fora.
É uma sensação de respeito à vida e de respeito dela por você.
Dá medo, às vezes você se sente sozinho, perdido, olha à sua volta e não tem muitas pessoas conhecidas. Nessa hora você chora, reza, pensa em como estão as pessoas com as quais você convivia.
Dá saudade, até uma pontinha de vontade de estar lá.
Mas não, você olha pra você e vê como está melhor agora, mais maduro, mais você, sem máscaras, sem meias palavras, sem tentar agradar ninguém e a única sensação em relação às pessoas que você ama é a de que elas venham para onde você está.
Encontrar a si mesmo é maravilhoso depois que se transpassa a primeira barreira. Aí você não quer mais parar. O mais gera mais.
É uma das experiências mais importantes e valiosas da vida.
Algo que todo mundo deveria fazer.
É preciso muita coragem e muita fé, mas no fim, realmente, vale a pena.

Essa é a minha resposta. É o que até agora eu posso dizer sobre o assunto.