sexta-feira, 24 de abril de 2009

Arte e vida.


Hoje,depois do trabalho, passeei um pouco pelo centro.
Uma leve garoa caía na cidade.
Ali na Praça do Correio tinha um aglomerado de pessoas. Teatro de rua. Imediatamente fui atraída para lá, claro.
O Grupo Pombas Urbanas apresentava "A história de uma dor de dente".
Engraçada representação de um camelô e suas peripécias.
Mas o que mais chamou minha atenção foi o público.
Algumas pessoas apenas olhavam, outras ficavam uns momentos.
Do público cativo, havia, majoritariamente, homens. Mendigos, com seus cobertores, estavam fascinados com a apresentação teatral à sua frente.
Na foto, ao fundo, vê-se uma mulher de casaco verde, com a mão na boca. Ela foi um show à parte.
Cada vez que o personagem contava sobre sua dor, ela sofria junto.
Um homem a seu lado dizia a altos brados como era parecido com aquele que ali contava "sua história". Acreditavam mesmo que aquilo estava acontecendo.
É encantador ver o que a arte proporciona às pessoas.
Muito provavelmente foi a primeira experiência que muitos ali tiveram com a arte da representação.
E, certamente, mesmo que apenas em nível subconsciente, saíram transformados.

sábado, 18 de abril de 2009

Semana.

Essa semana foi foda.
Começou com algumas apostas e muito burburinho.
Metas, objetivos.
Testes.
Terminou em uma crise terrível de estresse.
Conversando no msn, vi o quanto fiz "tempestade em um copo d'água".
Talvez eu tenha sido injusta e visto as coisas do meu ponto de vista "tudo é exatamente como eu vejo/sinto".
Saldo positivo, ao menos.

sábado, 11 de abril de 2009

Confesso.

Confesso, tenho medo do comum.
Dos relacionamentos, dos pensamentos comuns.
Muitas vezes me vesti de comum para disfarçar.
Disse que sentia muito mais do que sentia.
Queria disfarçar a indiferença que vivia em mim.
Procurei por olhares, sorrisos, mas eu me escondia.
Tinha medo de descobrir ser comum;
Ou de que os outros descobrissem que eu era diferente.
Tantas diferenças mostradas no que eu era igual;
Tanta similaridade com o que eu não concordava...
Ingenuidade? Instinto de Sobrevivência?
O tão aclamado mais?
Sim! MAIS. Extraordinário! Mágico.
Esperar sempre que algo diferente acontecesse.
Que meu destino viesse me buscar, me tirar de onde eu tanto odiava.
Me mostrar outras pessoas.
Viver.
A vida não poderia, e eu não deixaria, que ela fosse apenas aquele dia-a-dia morno. Com algumas coisas se diferenciando.
Por que apenas algumas ?
Porque não podia ser tudo ?
Porque, porque falam tanto sobre se acostumar?
Eu sou obrigada a isso?
Não, mil vezes não!
Sentir a ansiedade de que algo aconteça, de que uma pessoa extraordinária pule em sua frente detrás de um poste, como o Coelho de Alice no País das Maravilhas e te faça rir em meio ao cenário cinza de monotonia em que tem vivido é angustiante.
Porém, aceitar que a vida não passa de trabalhar para outros ganharem dinheiro, sair com os amigos aos finais-de-semana, casar, ter filhos e etc...
É apavorante!
Ter que criar laços vitalícios quando se quer poder fugir quando quiser...
Eu não quero me acostumar.
Eu não quero ter que sorrir socialmente quando estou de mau-humor.
Sei que não posso criar um mundo exclusivo para mim, onde manipularei cada expressão e reação. E nem quero, daria muito trabalho.
Já que o esquema da vida está "estipulado" nas tais regras: trabalho, casa, comida, relacionamentos interpessoais...
Que pelo menos se trabalhe em algo que lhe dê prazer, more com quem você ama de verdade, coma apenas o que você gosta mesmo e não o que atura, e torça para encontrar alguém que valha a pena dividir seu tempo, e não procure alguém para ocupar o seu tempo.
Buscar por você em você e não nos outros.
Fugir do comum vivendo nele.
É esse o caminho que estou traçando.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sociedade - Parte II

(...) Vivemos em um constante culto ao passado, onde "não se faz mais coisas como antigamente", "só somos felizes quando crianças", "tal poeta foi isso", "aquele músico do século passado é demais".
Ok, ok. Não estou tirando o valor deles, absolutamente.
A questão é que nos perdemos entre essa adoração ao passado e o medo do futuro e nos esquecemos do momento PRESENTE.
O ÚNICO momento no qual podemos mudar alguma coisa.
Podemos, sim, mudar essa sociedade, mudando a nós mesmos. Não nos permitindo viver uma vida do jeito que outras pessoas, a muitos anos atrás, acharam que era melhor.
Lutamos tanto para nos ajustarmos à "tal sociedade" por medo de não sermos aceitos se decidirmos ser nós mesmos, que condenamos quem não liga para a ditadura à qual nos submetemos, ainda que muitas vezes, inconscientemente.
É aí que nasce o preconceito. Não aceitamos que existem milhares de formas de viver a vida, e que ela é única para cada ser do mundo.