terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nelson Rodrigues

Hoje faz 30 anos que o Brasil perdeu um dos seus maiores dramaturgos: Nelson Rodrigues.
Ele, e posso dizer isso de poucos, é meu ídolo.
Eu lembro de quando passava "A vida como ela é" na TV, eu tinha por volta de 8 anos de idade e tinha que dormir cedo, mas arrumava mil desculpas para poder assistir aos contos.
Lembro de sentir sono, lembrar que teria "A vida" e dizer a mim mesma: "Fica acordada, já vai começar".
Nelson, dizem, você ama ou odeia.
Acho incrível o fascínio que ele provoca. Suas peças, criadas para o teatro, sua estética brilhante.
Desde a primeira frase ouvida em suas peças ou a palavra lida, nos transportamos para o mundo que ele quer.
Independente de moralismos, vivemos os dramas daqueles personagens.
Para mim, é o que significa ser um autor completo.
Cada rubrica em Valsa n.6 tem um valor imenso. A estética de Vestido de Noiva é entorpecente. E Senhora dos Afogados nos faz pensar, deixando-nos com aquela pulga atrás da orelha.
E tantas outras peças, e tantos outros contos...
Podemos escolher se faremos uma leitura crítica de suas obras ou não - você pode não entendê-las e "deixar pra lá", mas tocado você será: é impossível não senti-las.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[Post's Arquivo] [2]

C'est fini.
Pronto. Agora todos os post's de lá estão aqui. (acho)
Voltemos à programação normal. (Que eu espero ser mais frequente ;))

sábado, 11 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Amigos

[Publicado originalmente em 07 de outubro de 2009, às 21:54, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]

Amigos

Dizem que convivemos, nessa vida, com as pessoas com quem já convivíamos em outras vidas.
Não sei.
Eu sei que passam muitas pessoas, algumas ficam no coração, e outras, não.
Meus amigos são tão essenciais para mim; fazem parte do meu caráter.
Com eles aprendi que não sou um monstro cheio de defeitos e, ainda bem, tampouco uma princesinha perfeita.
Aprendi a ver o mundo a partir de outros pontos-de-vista, às vezes só pela observação de um sorriso.
Aprendi que muitas coisas largamente criticadas na mídia, no tal "mundo convencional" que teimam em querer que a gente acredite que exista, é completamente perdoável se vem de alguém que você ama, que você respeita pelo que é. E principalmente aquelas pessoas que a gente não consegue descrever em palavras. Ou fazemos depoimentos, cartas e posts imensos e mesmo assim sentimos que não falamos tudo ou não conseguimos traduzir.
Amor.
E cada um segue o seu caminho, e a lembrança do tempo que passamos juntos nessa vida fica pra sempre guardada. A vontade de se ver no próximo fds, de visitar, se transforma na esperança de um dia ainda nos vermos, e, claro, rirmos muito.
Ainda bem que internet existe, ou talvez eu não teria saído de Limeira. Perder o contato pra sempre? NÃO.
Nem que seja ver uma foto de "online" no orkut, para sorrirmos e vermos que não estamos sozinhos no mundo.
Ainda que não nos falemos tanto.
O amor existe dentro da gente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Navio

[Publicado originalmente em 11 de fevereiro de 2009, às 13:51, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]


Dentro do navio, ouvi o primeiro estrondo.
Na verdade, já estava andando pela proa.
Pensei: "Não há de ser nada".
Veio o segundo, o terceiro...
A infinita esperança ainda reinando.
Não pulei antes de ver o primeiro furo no casco, porém, não esperei pelo naufrágio.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] 1 ano e 16 dias.

[Publicado originalmente em 21 de janeiro de 2009, às 12:46, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]

1 ano e 16 dias.

É.
Mais de um ano já.
Que eu pus em prática o desejo que tinha desde criança. Que fiz a escolha de deixar pra trás 19 anos e meio de conquistas e mais algumas coisas.
Vim ao encontro do que imaginava e encontrei muito mais.
Aconteceram coisas muito diferentes, novas, algumas iguais.
Nesse 1 ano, tive medo algumas vezes. Chorei, me defendi.
Mas fui feliz.
Não só porque fui atrás da minha felicidade todos os dias, mas porque me recusei a ser infeliz.
Como estaria minha vida se eu tivesse ficado?
Não sei, mas tive uma prévia.
Como está agora?
Melhor do que nunca. Pq eu aprendi muito com meus erros, e principalmente com o tanto de coisas que eu imaginava serem acertos.
Com certeza posso dizer que sou uma mulher muito mais madura, mas muuuito longe de sua arte-final.
Sempre aprendendo, mas nunca recomeçando. Sempre começando coisas novas.
O que passou, passou, e o que importa é o momento agora.
As novas pessoas, as novas coisas.
Conheci pessoas muito legais, sinto saudade de algumas antigas.
Mas estou em alto-mar e não quero mais saber de praia!
E a agenda, realmente, ficou para trás.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Princesinha Rosa

[Publicado originalmente em 17 de setembro de 2008, às 13:55, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]

A princesinha rosa, perfeitinha, viu o seu castelo desmoronar.

Muitas coisas estranhas têm se tornado normais...
Antigos segredos, coisas naturais.
Certezas induvidáveis, hoje, areia movediça.
Viver longe de pessoas amigas não é tão fácil quanto parecia.
Me vejo mais fraca do que pensava.
Me descubro mais forte do que imagino.
A princesinha rosa, perfeitinha, viu o seu castelo desmoronar.
Mas eu sou teimosa, não desisto fácil, nem tão fácil, nem tão difícil.
Ajo, reajo.
Fico invisível de vez em quando.
Me perco nos meus medos.
Ressurjo do infinito.
Mergulho, procuro, invisto, confio no destino. Faço meu destino.
Ando, brinco, canto, rio, até danço.
Perdôo, descubro meus erros, recomeço.
Me distraio.
Vivo, fujo do perigo, para o perigo, faço minha arte.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Eu aprendi...

[Publicado originalmente em 24 de junho de 2008, às 13:36, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]

Eu aprendi...

Eu aprendi que não são os primeiros:
primeiro beijo, primeiro amor, primeiro namorado...
que são os mais importantes.
Os mais importantes são os mais especiais.
O beijo mais perfeito, o cara mais legal, a sensação mais gostosa.
Aprendi que o que mais importa não é a duração de alguma coisa, mas a intensidade com que acontece.
(Você pode passar anos com uma pessoa e sentir algo especial em um só dia – com outra pessoa – e esse dia, sim, ser especial).
Aprendi que não importa quem fomos ou o que aconteceu ontem.
O que importa é o momento agora.
Aprendi que por mais que passe o tempo e que até vivenciemos algumas coisas na prática, podemos simplesmente não entendê-las.
Aprendi que não adianta você ser “perfeito”: ninguém te ama mais ou menos por isso.
Aprendi que o que nos faz melhores ou piores é nossa felicidade, o jeito como superamos obstáculos, e não uma coisa ou outra qualquer.
Aprendi ainda que a medida que diz se estamos melhores ou não, é a comparação com nós mesmos, e não com os outros.
Aprendi que quem ganha uma briga é quem tem mais amor, e não quem tem mais ódio.
Aprendi que a vida só é vida quando nós amamos à nós mesmos verdadeiramente – com nossos defeitos e qualidades, sem máscaras – porque só assim podemos fazer o que Ele nos ensinou:
“Amai a teu próximo como a ti mesmo”

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Poema.

[Publicado originalmente em 27 de abril de 2008, às 15:20, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]


Eu venho amando,
Amando eu venho,
Do inexpressivo, chorando,
Inexpressando o sentimento.
Pôr-do-sol, mar, vento...
Nesse grande mistério de viver e amar a contento.

domingo, 5 de dezembro de 2010

[Post Arquivo] Menina, agenda.

[Publicado originalmente em 12 de abril de 2008, às 16:12, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]


Eu ainda sou a menina que escreve na agenda...

Tanta coisa têm acontecido; tantas mudanças, lampejos, relâmpagos, trovões, chuvas e calmarias.
A cada detalhe que reparo em mim, percebo uma falha significante: a de modelos. Eu estou sempre a comparar alguma coisa. Sempre a partir de um pressuposto que, às vezes, só existe dentro de mim.
Pode ser mania de controlar, insegurança, medo, criancice ou acaso.
Pode ser que desaprendi a me surpreender, o que remete à um dos últimos posts no meu blog, sobre apatia.
Pensando em postar aqui, li a frase do começo, do Jostein. De fato, é foda, mesmo, tentar entender-nos.
Bom, como diz o título, eu descobri que ainda sou a menina. Tentando deixar de ser, em partes, sim.
Mas ainda tento buscar estes tais ideais, ainda fantasio, ainda sonho, ainda sofro. Ou não.
Ainda me apego a coisas que me parecem estranhas.
Pelo menos, ainda vivo. E tento deixar viver uma pessoa dentro de mim. Uma criança que não sei se é certo deixar. Eu mesma.
Ninguém explica o quanto é difícil crescer e o quanto é difícil mudar tendo que continuar sendo a mesma pessoa, né?
Pois é.
Ainda a menina, tentando ser a mulher.

[Post Arquivo] Presente...

[Publicado originalmente em 09 de março de 2008, às 15:46, em (...) os nossos dias serão pra sempre (...)]

Presente...

Foi assim que eu recebi um e-mail dizendo: Você foi convidado a contribuir com o blog de Stanley Alexander. Recebi como um presente. Eu precisava tanto falar!
Tanta coisa mudou. Em especial, dentro de mim. A cada dia que passa, eu me aproximo e me afasto.
A cada dia eu valorizo e amo mais. A cada dia um sentimento chamado saudade, aumenta.
Aqui é lindo, é perfeito, é a minha vida. E me pergunto porque a vida de vocês tem que ser aí e a minha aqui.
A cada conquista, a cada vez que saio, que me divirto, inevitavelmente, eu penso: o Stanley adoraria esse lugar. Nossa, o Laio, com certeza, ia fazer tal coisa. Se o Wagner estivesse aqui... Onde será que tá o Fael? E o Ju? Nossa, a Carol ia curtir isso. Que droga, pq a Mariane não está aqui? E por aí vai.... Com 'n' pessoas e situações.
Quando penso assim, lembro daquele texto que fala que existem amigos de 'uma vida inteira', de 'uma estação' e 'por uma razão' (qq dia eu posto ele aqui). E entendo que vocês são a mistura de tudo isso. Que nosso caminho 'juntos' se diversificou, mas que sempre estaremos na vida um do outro, porque "tudo o que vivemos juntos, nunca vai mudar".
Como eu disse, eu mudei. Mudei tanto que até arriscaria dizer que vocês quase não me reconheceriam. Aprendi, percebi tanta coisa! E, claro, continuo aprendendo.
Vocês me ensinam mesmo de longe, me animam mesmo que só através de uma tela.
Tantos conceitos, conselhos, experiências, medos revistos.
Tan, você faz tanta falta! Queria muito conseguir falar com vc por telepatia! Íamos rir tanto.
ahiuoehiueahiueahoiaeea
Tá, a idéia não era bem o post ficar assim, mas ficou, fazer o quê?
Ameeei esse blog e pretendo postar sempre que eu entrar na net (o que significa quase uma vez por mês) - meu neopet só não morreu pq o coloquei no hotel. ahueiohueaihueahoeaiae


Entããooo, é isso.
Amo vocês muito. Adorei os colaboradores!
x)~
Fiquem com Deus, xuxus, e até o próximo post, que eu prometo ser mais legal!

[Post's Arquivo]

Eu sou colaboradora do blog (...) os nossos dias serão pra sempre (...), junto com meus amigos.
Não posto lá há muito mais tempo que não posto aqui (Viu como eu não sou tão relapsa com esse blog? hahaha #Fail).
Bom, vendo meus post's de lá, me deu vontade de postá-los aqui, então hoje começa minha série de "Post's Arquivo".
Um por dia.
Valendo!

PS: Os Post's estão programados, então eu GARANTO que terá um novo por dia! :D

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ela e Ele

Eles sabiam exatamente quem eram. Muito parecidos, era como se olhassem para si quando miravam nos olhos um do outro.
Quando estavam juntos, sozinhos, conversavam por horas, riam e se entendiam, porque sentiam quase as mesmas coisas em relação às pessoas, ao mundo...
Tudo mudava quando tinha mais alguém por perto. Ele se transformava em alguém fútil e irritante.
Ela entendia a necessidade dele de mostrar um lado que julgava ser forte para as pessoas; ela também a sentia, mas tinha optado por ver e ser além das aparências. Algumas atitudes dele, nesse estado, a magoavam, mas a sinceridade que tinham a sós a faziam relevar.
O problema foi quando ela decidiu que queria passar, de fato, um tempo com ele. Seriam alguns meses, prazo de validade; se divertiriam e só.
Conversaram e ela não via o que podia haver de errado no plano. Eles seriam eles, juntos. Na frente dos outros, ele poderia continuar com seu alter ego.
Foi aí que veio a decepção. Como aquela pessoa tão boa poderia fazer aquilo, tão cruel e covardemente? Ele escolheu. Escolheu a imagem à essência.
Naquele dia ela percebeu que não importa quem a pessoa é por dentro, mas quem ela ESCOLHE ser.
Ele escolheu aquele ser estereotipado que não agradava a quase ninguém. E ainda continua fugindo de si.
Ela? Bom, agora isso não é mais problema dela.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Peça: Boca de Ouro

Oies.
Gostaria de convidá-los para mais uma peça minha. 
"Boca de Ouro", do grande Nelson Rodrigues.
A peça será encenada no Teatro do ETA (Rua Major Diogo, 547 - Bela Vista - São Paulo - SP) nos dias 04 e 11/12/2010, sábados, às 19h.
Os ingressos custam R$15,00 - valor já correspondente à meia-entrada para estudantes - e podem ser adquiridos comigo pelo e-mail bocadeouroeta@yahoo.com.br

"Boca de Ouro" conta a história de um lendário bicheiro carioca que tem todos os dentes de ouro.
Após seu assassinato, sua ex-amante conta diversas histórias sobre o "Drácula de Madureira", um dos nomes  pelo qual é conhecido.
Nelson nos mostra a realidade, mas sempre com o tom mítico característico de suas obras.


domingo, 17 de outubro de 2010

Mostra de Esquetes

Nos dias 23 e 30 de outubro (dois próximos sábados) eu apresentarei uma "Mostra de Esquetes" no Teatro do ETA (Rua Major Diogo, 547 - Bela Vista - São Paulo - SP), às 19hs.
A Mostra reúne vários gêneros: Drama, Teatro do Absurdo e Comédia.
Serão apresentados: "Álbum de família" (Nelson Rodrigues), "O Ciclo da Vida" (Charles Chaplin), "O Enterro de Valente" (Bruno Faria), "Os Fantasmas" (Aleix de Vaigas) e "Um Bonde Chamado Desejo" (Tennessee Williams).
Eu faço parte do elenco desse último. :)
Quero muitoo ver vocês lá!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Olhares

Adoro quando o Muh vem me visitar. A cada passo por São Paulo ele me mostra a cidade do ponto de vista arquitetônico.
Quando o Tan vem, é engraçado. Ele faz questão de ressaltar como aqui ele pode ser ele mesmo: "Ninguém me conhece" é sua frase favorita. E grita no meio da rua.
Tenho um conhecido que é fotógrafo e a cada "cena" nova, ele comenta: "Nossa, imagina que legal jogar uma luz aqui e ali, fazer uma foto em tal ângulo."
E, claro, meus amigos atores, que, como eu, em cada pessoa que passa, vê um personagem, uma história nova.
Adoro esses vários pontos-de-vista.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De frente pro crime - João Bosco

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

O bar mais perto, depressa, lotou; malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar e fez discurso prá vereador...
Veio o camelô Vender!
Anel, cordão, perfume barato.
Baiana prá fazer pastel e um bom churrasco de gato.
Quatro horas da manhã, baixou o santo na porta bandeira e a moçada resolveu parar, e então...

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

Sem pressa, foi cada um pro seu lado, pensando numa mulher ou no time
Olhei o corpo no chão, e fechei minha janela,
De frente pro crime...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dia do ator

Desde que eu me entendo por gente, eu quero ser atriz.
Lembro que, nas festas que fazíamos no Natal, eu e minha prima inventávamos apresentações para a família.
Teve uma vez na qual eu ganhei dois vestidos de festa. Olhei para eles e corri pegar um caderno. Eu devia ter uns 8 anos de idade. Escrevi uma peça de teatro inteira, para mim e minha prima mais nova. Era sobre duas princesas.
Lembro de quando olhei para minha mãe e disse: "Mãe, eu quero ser atriz".
Ela me colocou em um curso de teatro e em um de modelo.
Me lembro bem de cada uma das aulas, que eu prestava atenção à cada coisa, para me tornar uma boa atriz. Para ser como aqueles que eu admirava.
E desses cursos, eu fiz desfiles, e mais cursos, até que apresentei minha primeira peça de teatro! Perfeito, maravilhoso, e recebi por isso.
Eu me lembro como fiquei chocada ao descobrir que os atores recebiam pelo trabalho.
Eu queria ser atriz porque eu queria, eu não sabia que era uma "profissão".
Eu estava ali, sendo feliz, fazendo uma coisa que eu amava, e ainda recebia!
Acho que é o conceito que fica intrínseco em nós quando somos crianças. As pessoas sempre reclamam do trabalho, né. Então, trabalho parece ser sinônimo de sofrimento. Você sofre, mas ganha o dinheiro.
No meu caso, eu estava sendo feliz e ganhando dinheiro.
Esse pagamento foi de R$15,00, mas para mim era muito. Em uma cidade do interior, para uma menina de 10 anos de idade. Para criança, qualquer dinheiro é sempre muito, né.
Bom, aí, na escola aonde eu estudava, a professora resolveu fazer uma peça de teatro. Mais do que depressa, eu me dispus a escrever.
Fizemos as apresentações por dois anos. Eu ajudava a escolher os atores e os dirigia.
Isso foi dos meus 11 aos 12 anos, mesma época em que eu fazia um curso de Teatro e TV, com o Luiz Henrique Rios, Ana Kfouri, Henri Castelli, Mário Frias, Fábio Barreto...
Mais peças foram aparecendo, workshops em São Paulo, outros grupos de Teatro... e eu sempre com meu objetivo maior: vir para São Paulo, me profissionalizar.
Participei de um grupo de jovens, o EAC, e logo na primeira semana, teve a seleção para fazer o teatro do Dia dos Pais. Corri para me inscrever e participei de todos os teatros e "socio-dramas" por 5 anos.
Era um lugar que eu amava muito e que, ainda por cima, tinha teatro!
Hoje, quando olho para trás e vejo todo o caminho que percorri, vejo como meus amigos mais queridos, chegaram em mim através do teatro, através de pessoas que faziam teatro comigo. E vejo o quanto o teatro me fez e me faz feliz.
Finalmente chegou o dia que eu mais queria: ir de encontro comigo mesma.
Mudei aqui para São Paulo, comecei a fazer parte de um grupo de Teatro, trabalhei com recreação, gravação e estou aqui, ainda no caminho, prestes a tirar meu DRT, escrevendo uma peça de teatro, trabalhando em uma adaptação e ensaiando mais duas peças, que serão apresentadas em outubro e dezembro, respectivamente.
Feliz, muito feliz. Orgulhosa pelo meu trabalho.
Hoje é Dia do Ator e quero dizer o quanto me sinto orgulhosa pelo trabalho de todos os atores (tá, nem todos). Pela dedicação que temos, pelo amor que temos à nossa arte. E que possamos mudar um pouquinho do mundo ao encenar histórias.
Feliz Dia do Ator!!!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nossa culpa

“Mesmo que 90% seja culpa do outro e só 10% seja culpa nossa, se examinarmos somente os 90%, não poderemos fazer nada; somente podemos mudar os nossos 10%."
(Adaptação livre de Carl Jung)

domingo, 4 de julho de 2010

Love


Aquilo que dá no coração - Lenine

Aquilo que dá no coração
E nos joga nessa sinuca
Que faz perder o ar e a razão
E arrepia o pêlo da nuca
Aquilo reage em cadeia
Incendeia o corpo inteiro
Faísca, risca, trisca, arrodeia
Dispara o rito certeiro

Avassalador
Chega sem avisar
Toma de assalto, atropela
Vela de incendiar
Arrebatador
Vem de qualquer lugar
Chega, nem pede licença
Avança sem ponderar

Aquilo bate, ilumina
Invade a retina
Retém no olhar
O lance que laça na hora
Aqui e agora,
Futuro não há
Aquilo se pega de jeito
Te dá um sacode
Pra lá de além
O mundo muda, estremece
O caos acontece
Não poupa ninguém

Avassalador
Chega sem avisar
Arrebatador
Vem de qualquer lugar
Aquilo que dá no coração
Que faz perder o ar e a razão
Aquilo reage em cadeia
Incendeia

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Momento Fotolog

Ok. Já que eu disse que voltarei a postar e que quero um momento fotolog, porque não agora, certo?

















Na foto: Eu e Thaís, no Happy Hour. Adoro ela.
Essa semana tá bem tranquila, tirando o fato que torci o pé na sexta. hehehe
No mais, acho que está ok.
Bom, eu disse que meu ânimo para escrever não estava muito bom, né.
Então, apenas momento fotolog.
Outros textos, depois. :)

Posts

O @Luispaulo_ perguntou porque não tenho atualizado o blog.
Na verdade, eu faço essa pergunta para mim mesma quase diariamente.
"Deveria postar hoje". Aí faço uma lista mental de todos os posts que já tenho digitados, e dos temas que ainda não escrevi o texto, "mas vou escrever".
Nenhum me parece mais animado que o outro, ou não faz sentido para o momento.
Na verdade, estou com saudade do meu fotolog. De quando eu postava todos os dias uma foto e um resumo do dia, sobre a escola ou o fds com a galera do EAC.
Bom, o fato é que tentarei postar aqui mais frequentemente. :)

sábado, 29 de maio de 2010

Diálogo

As duas não moram mais na cidade natal. Uma foi para outro país e a outra para outra cidade.
Conversa por msn:
1: Você às vezes sente falta, quando está andando pela rua, de ver um rosto conhecido?
2: Muito.
1 divagando:
1: Às vezes só pra não se sentir muito sozinha...
2: Pois é.
1: E ao mesmo tempo, o fato de não ter pessoas conhecidas é o que faz você querer ficar aí?
2: Finalmente alguém que me entende!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Posts em comum

Comigo é comum acontecer. Surge um tema legal e penso em um ótimo post, como abordarei e etc... Ao chegar em casa, ligo o PC e, antes de postar, faço minhas verificações diárias: e-mail, orkut, facebook e também os posts recentes dos amigos. Aí o que eu vejo? Um post novo, sobre o mesmo tema que eu estava pensando em falar. Incrível? Engraçado? Normal?
Confesso que às vezes não gosto disso e já deixei de postar, porque gosto de originalidade e, além de ser parecido, depois que li o post em comum, invariavelmente serei influenciada. 
Mas eu acho interessante. Vivemos na mesma 'vibe', mesmo morando a quilômetros ou a um oceano de distância. Às vezes, pessoas que nem conheço pessoalmente, apenas leio o blog e plim... falando sobre a mesma coisa que eu estou passando.
De qualquer forma, para esse texto, tomei o cuidado de não ler nenhum post recente. hehehe
Com você, que também tem blog, já aconteceu?

sábado, 10 de abril de 2010

Um sentimento triste.

Há muito eu queria ir àquela festa. Era uma festa à fantasia anual, para a qual ainda não havia coincidido tempo e dinheiro.
Cheguei com uma amiga por volta da meia-noite. Fila. Conseguimos entrar às 01:30h da manhã. Lugar lotado, não dava para andar.
Fomos procurar nossos amigos. Estávamos em uma daquelas épocas em que metade dos nossos amigos namoravam e, geralmente, entre si.
Vimos alguns casais deles ao longe, mas era inútil gritar, impossível chegar até lá. Paramos em um ponto arejado próximo à piscina, afinal, estávamos em um clube. Ali minha amiga encontrou um affair que eu, particularmente, odiava.
Uma menina fez amizade com a gente e um ou dois caras dançavam perto. Eu, fantasiada, nunca me senti não desnuda. Olhei em volta para a quantidade de pessoas. Ali, diziam, estava a elite daquela cidade. Todos os mais bonitos, ricos, legais e interessantes.
Eles bebiam, conversavam e riam, como é normal.
Eu estava levemente consciente de que meus "acompanhantes" estavam ali, e, sinceramente, não fazia ideia se estavam falando comigo ou não; olhei de volta para eles: As duas meninas e o affair fumavam. Pensei se eu me sentiria diferente se agisse como eles e fumasse também. Teríamos algo em comum, conversaríamos, riríamos, beberíamos.
Mas, e em grande parte devido ao desenho "Ônibus Mágico" que eu assistia na infância, o qual mostrava como era nosso corpo por dentro, eu imaginei meus pulmões. Imaginei a fumaça entrando neles. Não, não valia a pena arriscar minha saúde para agradar àquelas pessoas.
Essa era a questão: Eu não queria que ninguém ali me admirasse, não queria agradar ninguém.
A única pessoa que me interessava estava sim, ali, mas com a namorada.
Sempre a única pessoa que me faria ficar.
Podíamos ficar conversando, bebendo refri em uma mesa, falando amenidades, besteiras, coisas sérias, o que quer que fosse; seria a única companhia satisfatória. Mas estava além. Ele estava num desses namoros "alma gêmea".
Respirei normalmente, olhei novamente para aquele amontoado de mundos à minha frente, dos quais eu não fazia parte e, mais importante, não conquistavam minha atenção, virei-me para minha amiga e disse que estava indo embora.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Música e tempo.

Eu procuro na internet alguma notícia de 1968. Pela porta do meu apartamento, entra o som de um bolero dos anos 50/60. Me pergunto: era assim naquela época? As músicas? Como eu me sentiria ao ouvir essa música, que se eu tivesse nascido naquelas décadas, me seria tão familiar?
Fico uns minutos divagando e olho para o computador à minha frente. Toda a tecnologia me diz que estou em 2010. Volto então ao meu trabalho.
Mas a música conseguiu me fazer parar por cinco minutos. A catarse se fez.

sábado, 20 de março de 2010

Conversa consigo mesma 2

- Eu não conseguiria não me despedaçar ao ver seu olhar de ódio sobre mim.
- Não conseguiria assistir à ele me dizendo que me largaria, que outra era mais legal que eu, depois de tantas brigas que teríamos. Se estivéssemos juntos e ele me largasse, a vida não teria mais sentido.
- E eu amo a vida. Odiaria sentir vontade de morrer.
- Então é melhor ficarmos com nossa eterna amizade. Assim.

Conversa consigo mesma.

- Eu não suportaria vê-lo chorando por minha causa.
- Qualquer pessoa que o ferisse, eu brigaria. Mas por mim? Como eu poderia brigar comigo mesma e me dizer para não machucá-lo?
- Um namoro inclui brigas. É fato. Com ele eu seria eu mesma, porque não tem como eu não ser assim com ele, e sei que quando sou eu mesma, machuco as pessoas.
- É por isso que a resposta é não. Não posso ficar com ele, por mais que eu anseie por isso.
- É melhor que ele chore agora, tudo de uma vez, e me ame para sempre como amiga, do que passar dias chorando e me odiando.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Conversa

- Você é quem me faz feliz - ela disse.
- Então porque você não fica comigo? - ele questionou pela milésima vez.
- Porquê, quando brigarmos, quem vai me consolar? Qdo eu estiver em dúvidas sobre você, com quem vou desabafar? É com você que eu faço essas coisas... E quando terminarmos, eu não terei mais você, e isso eu não posso suportar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Gossip Girl e amor.

Frequentemente eu tenho aconselhado dois amigos meus a assistirem ao seriado "Gossip Girl".
Como os conheço bem e já passamos por algumas situações do seriado, acredito que eles amarão a série tanto quanto eu amo.
Consegui que a Carol começasse a assistir e pelo menos curiosa ela está. :)
A questão é que quando fui contar o que vai acontecer na série pra ela (ela gosta de saber o final das séries e livros) e também quando procuro argumentos pra dizer o porque da série ser boa, eu me deparo com o mesmo problema: Não sei explicar.
A dramaturgia não é excelente; acho alguns textos horríveis, não gosto de 50% (ou mais) do figurino, dos 5 atores masculinos, só acho um bonito e interessante, o Rufus - ele nem aparece muito (o que descarta a possibilidade de eu assistir por "ter atores bonitos").
Na 3ª temporada, acho a Blair muito medíocre. Acho a Serena tonta, odeio a Vanessa e a Georgina é... bem, só assistindo pra saber o quão odiosa ela é - pra citar todo mundo, eu gosto da Jenny, mas ela não é minha favorita.
Só que eu AMO o seriado. Tenho as 2 primeiras temporadas em cd e assisto toda semana à 3ª. A série está em break desde dezembro e me sinto tão órfã sem ela! (Volta semana que vem! Eba!)
Simplesmente não há motivos lógicos para eu amar tanto a história deles, apenas que eu fico feliz, e muito, ao assistir.
Comecei a refletir e fiz um paralelo:
De fato, das pessoas que eu amo mais profundamente, eu não conseguiria listar os motivos para amá-las.
Posso listar vários motivos para desgostar, mas o motivo pra amar talvez seja mesmo o de que elas me fazem feliz.
Tenho tantos amigos que se eu fosse pensar racionalmente, poderia nem conversar com eles, mas eu os amo.
Bem como se eu for lembrar de pessoas que eu já amei.
É lindo isso, não?
É por isso que eu amo o amor. É tão puro!
Se ama por empatia, não por lógica.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Porquê e não-porquê.

De novo eu me pergunto o porquê.
E como sempre, ele não aparece.
Outra pergunta me surge:
O porquê resolveria?
Saber a motivação não diminuiria a dor,
Não mudaria os fatos.
Pra quê tanta explicação?
Talvez, em alguns momentos, o certo seja aceitar.
E seguir em frente.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sumiço.

Sim, eu sumi.
Sumi da internet, sumi do blog, sumi das palavras.
Tenho muitos post's prontos, mas que por algum motivo que nem sei qual, ainda não postei.
Mas o que importa é recomeçar. Recomeçar o blog. Quase 3 meses depois do começo do ano. :)
Novos post's virão.