sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De frente pro crime - João Bosco

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

O bar mais perto, depressa, lotou; malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar e fez discurso prá vereador...
Veio o camelô Vender!
Anel, cordão, perfume barato.
Baiana prá fazer pastel e um bom churrasco de gato.
Quatro horas da manhã, baixou o santo na porta bandeira e a moçada resolveu parar, e então...

Tá lá o corpo
Estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio
Servindo de amém...

Sem pressa, foi cada um pro seu lado, pensando numa mulher ou no time
Olhei o corpo no chão, e fechei minha janela,
De frente pro crime...

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