"Caracteres angélicos como o do artista sabem e podem amar não com
esse amor sensual e grosseiro, cheio de desejos, que estiolam o coração e os
sentidos dos filhos das grandes capitais, mas com essa fragrância singela,
comparável ao perfume da violeta e que se pode chamar afeto, religião ou
mesmo fanatismo. Não a amava ele porque a desejasse, senão porque a
sentisse em toda a sua individualidade; nele tudo se poderia extinguir,
menos esse sentimento, que o acompanhava como uma qualidade inerente à
sua matéria."
(Uma Lágrima de Mulher - Aluísio Azevedo)